
Nos últimos dias tenho pensado como nunca pensei. Criei ideias e sensações que nunca tive, que alimentam o meu ser mais primitivo, desesperado por amor. Tanto sinto que o vazio em volta e dentro de mim se alarga tornando-se insuportável, esmagando e tirando o ar que me resta. E então a pergunta surge quando penso que não aguento mais esta força: Porque estou sozinha? Vejo as pessoas em redor sorrirem e sorrio-lhes. Mas que significado posso eu tirar daí? Que sentimento é esse que me faz sentir como se tudo em volta desaparecesse e parecesse que nada de mal pode acontecer, quando na verdade tudo isso é ilusão e pouco depois se dissipa e se transforma numa solidão incontrolável dentro deste coração tentando saltar para fora do meu peito? Sei que devia ser feliz com o que tenho, mas e se isso não me chegar? Porque os bens materiais são substituíveis e não é a eles que me refiro, mas sim às emoções. Este mundo já tem tão poucas que é difícil compreender a que me refiro. Muitas vezes chamamos amigos a pessoas de quem não gostamos realmente ou que dizem mal de nós nas nossas costas. Isso não são amigos, desculpem que vos diga. E muitas vezes essas pessoas que dizem mal nas costas umas das outras também não somos nós mesmos? Porquê, pergunto eu. Qual é a necessidade de fazer isso? Sei que por vezes é difícil dizer o que realmente sentimos acerca de outra pessoa, tanto para o bem como para o mal, mas se não arriscarmos quais são as probabilidades dessa pessoa vir a saber? 90% através de outra pessoa e 10% de não imaginar sequer. Portanto não seria melhor deixarmos a cobardia e sermos simplesmente directos?A vida é tão curta para desperdiçarmos oportunidades de sermos felizes. É difícil levar com a porta na cara ou ser rejeitado e por muito que se sofra essa dor há-de desaparecer ou apenas ser substituída por algo melhor. Há muitas formas de fazer isso acontecer. Porque não fazer como eu? Pintem o cabelo e façam um corte louco, surpreendendo todos, e quando vos perguntarem porque fizeram aquilo, digam: Estou a iniciar uma nova fase da minha vida. O cabelo é só o inicio. Mas não se podem ficar só pelo cabelo! Têm mesmo de começar uma nova fase. De preferência uma fase boa.Na sexta-feira fui ao cinema com as minhas amigas ver o Crepúsculo. Não sei se já ouviram falar mas aconselho vivamente a verem. Sabem aquela sensação de estarem tão cheios de emoção que não sabem o que fazer com ela se não agarrarem-se à pessoa ao vosso lado? Bem, é assim que se vão sentir ao ver o filme.Nessa noite quando cheguei a casa, peguei no meu livro do Crepúsculo e voltei a lê-lo. Li-o com todas as imagens que tinha visto há pouco e com tudo o que sentira naquela sala de cinema.Deixei-me emaranhar na história e na esperança de encontrar amor tão profundo como aquele que quando acordei no dia seguinte não sentia nada. Era como se tivesse um enorme vazio no meu peito. Só me apetecia chorar e não parava de me perguntar porquê. O que teria eu feito para não ter alguém que me amasse daquela maneira? A quem eu dedicasse a minha vida, de quem não teria qualquer segredo, seria eu mesma sem máscaras ou falsidades, alguém a quem eu estaria disposta a morrer por. Não me digam que era só um filme e um livro porque eu tenho perfeita noção disso. Mas é de um amor assim que eu preciso, que eu sonho. Um dia disseram-me que eu sou “uma pessoa que tem demasiado amor acumulado” dentro de mim. Talvez tenham razão. Talvez terei de viver assim o resto da vida sem nunca o poder deixar sair.Lembro-me de todas as pessoas que conheço que têm alguém e não posso deixar de sentir que dava tudo para me poder sentir como elas se sentem. Apaixonadas. Uma vez disse numa aula de inglês que uma das coisas que mais detestava na vida era estar apaixonada. Sim, parece que me estou a contradizer. Mas não estou. Detesto estar apaixonada, é verdade, porque pareço uma totó, só consigo pensar nessa pessoa, não paro de olhar o relógio vendo se ainda falta muito para voltar a vê-la, e no fim, mais tarde ou mais cedo a paixão acaba, começam os conflitos e o mais provável é não voltar a falar com essa pessoa de novo.Mas e se nada disto tivesse de ser assim? Nenhum de nos tivesse de partir e ver aquele par de olhos, sentir o toque de uma mão na outra ou ouvir a sua voz pela última vez? E se existisse o “felizes para sempre”? Gosto de acreditar que sim, apesar de me dizerem que se continuar a acreditar nisso nunca serei feliz. Prefiro arriscar, desculpem lá. Prefiro acreditar que há uma pessoa no mundo que é a minha verdadeira alma gémea. E se tiver de percorrer o mundo inteiro à procura dela então eu irei. E não vale a pena tentarem persuadir-me a não o fazer porque toda a gente acredita em algo e é nisto que eu acredito.É nisto que eu acredito. Porque sou humana e quero dançar nesta música que é a vida.
Mary Izzie Anne
4 comentários:
nem sei o que te diga! está mesmoooo profundo! :$ :)
Acredita..haverá sempre para ca uma de nós um "felizes para sempre". pode não ser hoje nem amanhã mas acredita eu sei que haverá sempre um "felizes para sempre" na nossa vida! Porque se não acreditarmos...quem irá acreditar?!
Tu vais ter esse momento e vai ser o teu e SÓ teu momento, o teu felizes para sempre :D e eu estarei sempre aqui para te dar toda a minha força porque sabes que se há pessoa que é romântica sou eu!
está perfeito o texto!
adorei marianaaaa
e, deixa-me que te diga, já somos duas a mudar! a única diferença foi que eu não pintei o cabelo, ahah!
(gmdtt)
P.S.: gosto muito do teu novo eu *
"Sei que nunca terei o que procuro. E que nem sei buscar o que desejo, Mas busco , insciente, no silêncio escuro. E pasmo do que sei que não almejo."
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